Glossário

Este Glossário é um mini dicionário de conceitos/termos específicos da Filosofia, elaborado com o objetivo de entenderem melhor o sentido dos conceitos-chave desta disciplina


A – Designa as proposições universais afirmativas (ex.: Todos os homens são filósofos).

Alegoria – Texto escrito de forma simbólica, servindo-se de imagens e narrativas com a intenção de apresentar figurativamente ideias e concepções filosóficas (ex.: “Alegoria da Caverna” – texto do filósofo grego Platão, em que o processo de descoberta da verdade filosófica é apresentado em linguagem metafórica, tendo como imagem principal uma caverna, símbolo da ignorância humana).

Alienação – Processo em que a consciência se torna estranha a si mesma, afastada da sua real natureza, exterior à sua dimensão espiritual, colocando-se como uma coisa, uma realidade material, um objecto.

Análise – Decomposição de uma realidade ou de uma ideia complexa nos seus elementos constituintes para a tornar compreensível.

Analogia – Raciocínio através do qual se infere, de uma semelhança comprovada, uma semelhança não comprovada.

Antropocentrismo – Concepção que considera o homem como o centro de todas as representações e de toda a verdade.

Argumento – Raciocínio destinado a provar ou refutar determinada tese.

Autonomia - Conceito que expressa a capacidade que o ser humano tem de se reger pela própria consciência, isto é, de ter um auto-domínio e possibilidade de estabelecer as leis do seu próprio agir.

Axiologia – Teoria dos Valores

Compreensão – Conjunto de características, propriedades, qualidades ou atributos que constituem e definem um conceito.

Conceito – Representação mental, abstracta e geral, que reúne os caracteres comuns ao conjunto de seres de uma espécie e os distingue dos seres de uma espécie diferente.

Consciência – Em sentido lato, capacidade que o homem tem de conhecer de um modo imediato os seus estados, sentimentos; intuição; no sentido moral, capacidade de ajuizar sobre o valor dos actos humanos em termos de bem  e de mal.

Conversão simples – Consiste em permutar apenas o sujeito e o predicado; a qualidade e a quantidade permanecem inalteráveis; esta conversão apenas é válida nas proposições universais negativas e nas particulares afirmativas; as inferências por conversão simples também se aplicam para as proposições de tipo A, mas apenas quando estas são definições.

Conversão por limitação – Consiste em permutar o sujeito e o predicado nas proposições de tipo A, obtendo-se uma proposição de tipo I.

Conversão por negação – Consiste em permutar os termos nas proposições de tipo O; a particular negativa converte-se em particular afirmativa depois de se negar o predicado.

Crença – Certeza, aquilo de que se exclui qualquer dúvida; convicção, aquilo que se torna verdadeiro, mas sem justificação racional; opinião, aquilo a que se adere por uma reflexão pessoal ou como eco do pensamento colectivo.

Determinismo – Teoria segundo a qual os fenómenos do universo são o efeito necessário dos seus antecedentes.

Dogma – Verdade revelada que não é posta em causa; verdade absoluta.

Essência – O que uma coisa é; a verdadeira natureza de algo.

Extensão – Designa o conjunto de elementos que um conceito pode designar.

Génese – Nascimento; origem.

Hedonismo – Doutrina que atribui ao prazer uma importância máxima na vida do homem.

Historicidade – Carácter do que vive num tempo histórico, pelo que é contingente e varia com as épocas.

Ideologia – Sistema mais ou menos coerente de ideias, opiniões ou dogmas apresentados como uma exigência racional, mas que assenta na necessidade de justificar acções destinadas a servir interesses determinados.

Inferência imediata – Trata-se de uma operação lógica que permite obter de uma proposição outra proposição, sendo esta a conclusão do raciocínio; numa inferência imediata não há necessidade de recorrer a elementos intermediários para chegar à conclusão; dentro das inferências imediatas, temos a considerar a oposição e a conversão.

Inferência mediata – É aquela cuja conclusão resulta do encadeamento de mais do que uma proposição e, por conseguinte, de mais do que dois termos.

Inferência por conversão – Consiste em inverter a posição dos termos, obtendo-se uma nova proposição que é inferida da primeira e que exprime a mesma verdade; em qualquer conversão, os termos da nova proposição não podem ter maior extensão do que tinham na proposição primitiva, embora possam ter uma extensão menor.

Livre-arbítrio – Possibilidade de escolha e de autodeterminação; vontade livre e responsável de um agente racional; acto voluntário, autónomo e independente de qualquer constrangimento ou coacção externa ou interna.

Lógica – Estudo das condições de coerência do pensamento e do discurso, sistematizando os procedimentos do pensamento racional que constitui a característica fundamental do ser humano, uma vez que lhe permite a representação mental da realidade, pela qual o Homem toma consciência de si e do mundo que o rodeia; a Lógica tem assim, por objectivo conhecer o modo como o pensamento se estrutura, como as nossas ideias se articulam umas com as outras e como, abstraindo-nos da realidade, constituímos o pensamento universal de forma unívoca, ou seja, a Lógica estuda o modo de funcionamento do nosso pensamento, isto é, analisa as nossas operações mentais no sentido de descobrir os princípios e leis a que devem obedecer os nossos raciocínios, visando estabelecer regras que nos ajudem a exercitar o pensamento e a pensar com maior clareza, coerência e validade.

Princípio – O que está primeiro, no começo, como ponto de partida; o que tem as características ou propriedades essenciais; o que é fundamental, o que guia, o que dirige; tese sobre a qual se apoia uma determinada argumentação.

Raciocínio – acto mental que permite encadear vários juízos entre si.

Raciocínio dedutivo (ou dedução) é uma síntese de juízos que permite estabelecer uma relação de necessidade lógica entre esses juízos.

Raciocínio indutivo (ou indução) consiste em generalizar uma propriedade ou uma relação verificadas num certo número de casos particulares para todos os casos; a indução permite passar do conhecimento dos factos ao das leis que os regem.

Reflexão - enquanto ato de pensamento é a tomada de consciência do conjunto de situações ou circunstâncias que envolvem a nossa vida e que constituem um vasto mosaico do qual queremos apreender o seu sentido ou razão de ser, a sua coerência interna. 

Silogismo representa uma forma particular do raciocínio dedutivo; segundo o seu criador – Aristóteles –, o silogismo (regular) é um raciocínio formado por três proposições, de tal maneira que, sendo dadas as duas primeiras (premissas), se segue necessariamente a terceira (conclusão); existe uma necessidade lógica entre as premissas e a conclusão, o que significa que, aceitando as premissas, somos obrigados, de um ponto de vista racional, a aceitar a conclusão.

Validade – Refere-se à forma do raciocínio, ou seja, ao modo como os juízos estão encadeados e organizados; o raciocínio será válido se possuir uma coerência interna e uma estrutura formal correcta, isto é, de acordo com as regras do silogismo categórico.

Verdade – diz respeito à matéria, ou conteúdo, das proposições ou juízos; um juízo é verdadeiro quando existe uma adequação entre o seu conteúdo e a realidade.

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